Amigos, amigos, artilharia à parte. A máxima vale mais do que nunca para o meia Thiago Neves, do Cruzeiro, e o atacante Fred, do Atlético, que nestas duas últimas rodadas da Série A do Campeonato Brasileiro brigarão pela condição de jogador a marcar mais gol em Minas Gerais na edição de 2017 da principal competição nacional de clubes.
Com dez gols cada um, eles são os goleadores das suas respectivas equipes. E por mais que seja praticamente impossível alcançar os líderes gerais, que são Jô, do Corinthians, e Henrique Dourado, do Fluminense, com 18, com certeza vencer essa batalha dará um gostinho especial aos dois jogadores, não só pela chance de tirar um sarro com um amigo, mas principalmente pelo sentimento de volta por cima, pois ambos viveram momentos de contestação por parte de suas torcidas nesta temporada.
Essa batalha particular entre os artilheiros atleticanos e cruzeirenses no Brasileirão completa 50 anos em 2017, pois teve início com a primeira edição da Taça de Prata, em 1967, e os dois lados têm alguns dos maiores jogadores das suas histórias como donos da marca de goleador dos clubes nestas 50 edições já disputadas.
DUPLA DE REIS
Inclusive, os maiores goleadores em número de temporadas de cada lado são os maiores ídolos de atleticanos e cruzeirenses. No Galo, Reinaldo foi o goleador do clube no Brasileirão em cinco edições (1975, 1976, 1977, 1979 e 1980).
Em 1977, marcou 28 gols em 18 jogos, com a média de 1,55, a maior de todos os tempos e que dificilmente será igualada. Reinaldo integra a ampla galeria de atleticanos que com foram artilheiros gerais do Campeonato Brasileiro e que conta ainda com Dario (1971 e 1972), Renaldo (1996), Guilherme (1999), Diego Tardelli (2009) e Fred (2016).
No Cruzeiro, Tostão é o jogador por mais vezes artilheiro do time no Brasileirão com as marcas alcançadas nas edições de 1967, 1968, 1970 e 1971. Ele é ainda o único cruzeirense goleador da principal competição nacional com os 12 gols marcados na Taça de Prata de 1970.
O jogador do clube com maior número de gols numa única edição é o meia Alex, com 23 no Brasileirão de 2003, que fechou a histórica temporada da Tríplice Coroa.
Uma curiosidade do lado celeste é o domínio dos meias na relação dos artilheiros do clube no Brasileirão nesta década.
Se este ano Thiago Neves caminha para alcançar o feito, no ano passado ele foi de Arrascaeta. Nos anos do bicampeonato brasileiro, Ricardo Goulart dividiu o posto com Borges, em 2013, e Marcelo Moreno, em 2014. Em 2011, Montillo foi o goleador cruzeirense.
Está lançado o desafio. E nas duas rodadas finais da Série A, ser o artilheiro de Minas na competição desafiará Fred e Thiago Neves.