Teia faz a interação de quem promove a arte cênica

Jornal O Norte
22/09/2005 às 11:18.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:52

Káthira Cangussu


Repórter


kathira@onorte.net

O Teia - Rede de experimentações e investigação das artes cênicas é um projeto que visa a interlocução entre grupos de teatro mineiro entre si, e com outras instâncias da sociedade. Através de apresentações, oficinas e debates, possibilita uma ampla investigação e reflexão sobre a produção local, além de fornecer material para pesquisas científicas das universidades parceiras.

Através do Teia, a Cia Acômica, de Belo Horizonte, trás a Montes Claros Anjos e abacates, peça teatral com direção de Kaluh Araújo e texto de Eid Ribeiro.

Anjos e abacates narra o cotidiano de três meninos que se comunicam através do buraco de um muro e se apaixonam pela filha da lavadeira, uma menina negra cuja beleza acaba por envolvê-los em uma bela história de amor e amizade. Uma homenagem ao livro de Alaíde Lisboa, A Bonequinha preta, o espetáculo recria a atmosfera das brincadeiras de criança.

Ao público, desde o instante em que a cortina é aberta, revela-se um universo cênico no qual as brincadeiras se originam no contato com objetos e animais presentes no espaço doméstico, remetendo assim à magia dos livros infantis.

Sempre após cada espetáculo há um bate papo. Na tarde de hoje o tema será Passado e presente: diferenças e convergência e a professora convidada é Raquel de Paula. Na sexta-feira, a Cia apresenta o espetáculo Lusco fusco ou tudo muito romântico.

Recebido pela crítica como um dos melhores espetáculos do ano em Belo Horizonte, foi indicado a várias categorias do prêmio Amparc/Bonsucesso - no qual recebeu prêmio de melhor ator - e representou o Brasil na XIV edição do Festival internacional de teatro de Caracas - Venezuela.

A peça é uma tragicomédia, inspirada no mito de Caim e Abel, que, entre músicas de Roberto Carlos e simbolismos bíblicos mergulha no cotidiano da favela e narra a história de uma família em desagregação: um casal de velhos e seus três filhos, todos em estado de permanente conflito. Um retrato áspero da subvida das favelas. O bate papo fica por conta do professor Gil Rocha, com o tema Arquitetura e intervenções artísticas em espaços alternativos. O Teia está desenvolvendo o projeto em galpão da prefeitura, na avenida deputado Esteves Rodrigues.

O IDEALIZADOR

Nelson Bam Bam, como é conhecido, é natural de Montes Claros, formado pela UFMG em Teatro. Anos atrás mudou residência para Belo Horizonte, onde estudou teatro e formou a Cia Acômica. Após 18 anos volta para a cidade com seus espetáculos. Para ele, divulgar o teatro é de extrema importância.

- Há vários anos tentei trazer o Teia para a cidade, mas havia uma certa resistência, agora estamos aqui. É importante que os grupos se interessem por essa interação, por essa aproximação cênica. O resultado tem sido excelente e a expectativa é de que concluamos a iniciativa com muito sucesso - diz.

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