Releitura do passado nas páginas da história

Jornal O Norte
21/05/2009 às 11:17.
Atualizado em 15/11/2021 às 06:59

Segundo a arquiteta Érika Neves Guimarães, o livro da à oportunidade de através da história fazer uma releitura do passado para aprender com os erros e copiar os acertos para um planejamento melhor do futuro.

Para o pesquisador da UFMG, Luciano Mendes de Faria Filho uma das formas de se falar do momento pelo qual passa a pesquisa na área de história da educação no Brasil é a que pretende ressaltar a imensa capacidade inventiva de seus pesquisadores na produção de novos temas e objetos de pesquisa. De acordo com o pesquisador, o livro fala da capacidade de fazerem novas perguntas a velhos temas e da interlocução com outras áreas do conhecimento e põe-se ainda em relevo a produção de novas fontes para a pesquisa e o enfrentamento dos desafios de bem relacionar a teoria e a empiria no transcurso da pesquisa e no momento da exposição dos resultados alcançados.

- Em primeiro lugar, trata-se de um conjunto de estudos conduzidos, como uma investigação articulada. Em segundo lugar, trata-se de um conjunto de textos que se volta para o entendimento da implantação e funcionamento dos grupos escolares de uma região importante das Gerais, mas que geograficamente fica distante do centro político localizado na região das Minas - afirma.

Finalmente, em terceiro lugar, conforme ele explica, a riqueza da interlocução dos pesquisadores do grupo entre si e com seus pares situados no Brasil e no exterior, bem como as criativas formas de relacionar a produção teórica da área com os documentos que vão sendo encontrados, dão lugar, no livro, a estudos muito interessantes sobre os vários aspectos das práticas educativas nos grupos escolares durante o período enfocado pela pesquisa.

EDUCAÇÃO

Na obra foi pesquisada a história da política educacional de implantação dos primeiros grupos escolares de Montes Claros (escola estadual Gonçalves Chaves), Bocaiúva (escola estadual Genesco Augusto Caldeira Brant), Francisco Sá (escola estadual Eliseu Laborne) e São Francisco (escola estadual Coelho Neto). Esses estabelecimentos foram criados a partir da proposta educacional do governo João Pinheiro (1906/1908).

- Sumariamente, a pesquisa  teve por objetivos estabelecer a relação entre o movimento de reordenação das cidades com o projeto de implantação dos grupos escolares, comparar a implantação do projeto político pedagógico proposto pelo Estado nas diversas localidades pesquisadas e analisar as relações de espacialidade e educação à luz do ideário higienista e da nova cultura escolar – afirma Sara Jane Alves Durães, idealizadora e organizadora do projeto do livro.

ABORDAGEM DA OBRA

Inicialmente o livro faz uma análise geral do processo de implantação dos grupos escolares no Estado de Minas Gerais, desenvolvendo especialmente o argumento de que novas perspectivas de espaço e tempo foram importantes para concretizar um novo ideário de corpo dentro da escola.

Em seguida, são apresentados quatro artigos que se referem, respectivamente, aos processos de implantação dos primeiros grupos escolares em Montes Claros, Bocaiúva, São Francisco e Francisco Sá.

O último texto conforme explica a organizadora, diz respeito a uma análise comparativa dos quatro grupos escolares a partir do que consideramos como recomendações arquitetônicas presentes na legislação e relatórios dos presidentes do Estado referentes aos critérios gerais, funcionais, construtivos e estéticos para a construção dos grupos escolares mineiros.

- Pretendemos que com esta publicação pretendemos fazer chegar ao leitor ou leitora o conhecimento de parte da História da Educação do Norte de Minas Gerais – finaliza Sara.

O primeiro texto da obra tem como tema “Grupos Escolares Mineiros como Lugar de Disciplina e Higienização dos Corpos”, de autoria das professoras Sarah Jane Alves Durães e Fátima Rita Santana Aguiar. Na seqüência, é destacado o artigo “Instrução primária em Montes Claros: Grupo Escolar Gonçalves Chaves”, de autoria da professora Vivian Grasiele Pereira de Freitas.

A história da educação básica em Bocaiúva é abordada pela professora Fátima Rita Santana Aguiar. Ela é autora do trabalho “A criação do primeiro grupo escolar em Bocaiúva: uma leitura das impressões e relatos a partir dos primeiros históricos”. O livro reúne ainda os textos: “Grupo escolar de São Francisco – percursos históricos de sua criação”-, de Elisângela Chaves; “Resgate histórico sobre a criação do primeiro grupo escolar na cidade de Francisco Sá”, de Dulce Pereira dos Santos: e “Educação e arquitetura de grupos escolares no Norte de Minas (1906/1937)”, de Érika Neves Guimarães e Sarah Jane Alves Durães.

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