O combate ao analfabetismo no Brasil é antigo e várias têm sido as tentativas para erradicá-lo, muitas delas marcadas por propostas assistencialistas ou salvacionistas e que, geralmente, têm fracassado.
O Brasil tem atualmente cerca de 16 milhões de analfabetos e metade deste número está concentrada em menos de 10% dos municípios do país. No Brasil existem 16,295 milhões de pessoas incapazes de ler e escrever pelo menos um bilhete simples. Levando-se em conta o conceito de analfabeto funcional, que inclui as pessoas com menos de quatro séries de estudo concluídas, o número salta para 33 milhões.
A própria realidade social, política e educacional mais recente é, portanto, o lugar da visibilidade da contradição entre as intenções e gestos, isto é, o que o governo tenta combater, cada vez mais cresce, fala a professora Yasmim Faria Durães Dias.
DIFICULDADES
A professora acredita que hoje, no Brasil cerca de 75% da população ainda apresenta dificuldades em interpretar um texto, em ler e escrever, e que apenas 25% da população que estar entre 15 e 64 consegue ler e escrever plenamente.
-Pensar em erradicação do analfabetismo implica, fundamentalmente, pensar na possibilidade da liberdade, dado a história social do homem ter seu início no processo de individuação, processo por meio do qual o homem percebe-se a si próprio como distinto do mundo que o rodeia, diz a professora de história Luciellem Maia Rodrigues.
O mapa do Analfabetismo, divulgado pelo INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, do Ministério da Educação, mostra que as taxas de analfabetismo no país estão diretamente relacionadas à renda familiar.
TODAS AS FAIXAS
As famílias brasileiras que possuem renda superior a dez salários mínimos têm o índice de 1,4%, enquanto nas que possuem renda inferior a um salário mínimo o índice alcança 29%.
O analfabetismo atinge pessoas de todas as faixas etárias. Entre as idades de 10 a 19 anos, 7,4% da população é de analfabetos.
A maior concentração de pessoas que não sabem ler e escrever está na população de 60 anos ou mais, com 34%.
No meio rural brasileiro, a taxa de analfabetismo é três vezes superior à da população urbana, com índices de 28,7% e 9,5%, respectivamente.
No Nordeste, o índice é de 40,7%, alcançando 49,2% no Piauí. A melhor situação está na região Sul, com 11,9% de analfabetos na área rural. (Káthira Cangussu, com informações do IBGE)