Suspense, investigação e política no Cinema Comentado

Jornal O Norte
20/03/2008 às 10:20.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:28

Márcia Braga


Colaboração para O NORTE

A atração deste sábado, dia 22 de março no Cinema Comentado Cineclube,  é o filme “Z”, do diretor Costa-Gravas. O Cinema Comentado acontece na sala Geraldo Freire, ao lado da câmara municipal, a partir das 19 horas, e a entrada é gratuita.

Considerado o filme mais importante da carreira do cineasta Constantin Costa-Gavras, “Z” (1969) ganhou os Oscar de Filme Estrangeiro e Edição – e foi a primeira produção a ser indicada, também, na categoria melhor filme (fato repetido, posteriormente, por “A Vida é Bela” e “O Tigre e o Dragão”).  Depois que um político da esquerda grega é assassinado, enquanto se preparava para fazer um discurso contra o governo, um investigador é encarregado do caso. Quanto mais ele se aprofunda nas investigações, mais descobre até onde os governantes estão dispostos a ir para encobrir o assassinato. Baseado na novela do escritor Vassilis Vassilikos, o filme é um eletrizante suspense que revela a rede de corrupção e ilegalidade na polícia e no exército para proteger os interesses dos “poderosos”.

Inicial da palavra ZEI (pronuncia-se Zi: “Ele vive”, em grego), Z mostra os bastidores de um crime político ocorrido em meados dos anos 1960. A história traça um paralelo com o assassinato de Gregorios Lambrakis, renomado professor de medicina da Universidade de Atenas e popular deputado pacifista, ocorrido em Thessaloniki alguns anos antes. No início, o diretor já avisa: “Qualquer semelhança com fatos ou pessoas vivas ou mortas, não é casual, é intencional”. No filme, o político (interpretado por Yves Montand) é assassinado em uma praça pública durante uma manifestação pela paz e pelo desarmamento.

Com elenco brilhante e direção precisa, Costa-Gavras articula, de forma equilibrada, o suspense e a denúncia política estruturando um “thriller” cuja tensão e narrativa envolvem os espectadores. Em recente entrevista no Festival de Berlim, o cineasta admitiu sempre introduzir “elementos de massa” em suas produções. “Os meus filmes são pensados como espetáculos, shows. O teatro grego, Moliére, Shakespeare, Brecht, são todos espetáculo. Quem vai ao cinema não vai a uma assembléia política. O cinema é arte para o grande público”, afirmou.

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