Para matar a saudade: Projeto Museu Vivo é pautado por palestras, leitura de poemas, exibição de vídeo e show ao vivo com integrantes do Clube da Esquina

Jornal O Norte
26/04/2007 às 09:56.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:03

Jerúsia Arruda


Repórter


jerusia@onorte.net

Nesta quinta-feira a bucólica Praça Doutor Chaves, a Praça da Matriz, é palco para a música que melhor traduz a alma do povo mineiro, produzida desde a década de 1960 e que renovou a música brasileira. Estamos falando do movimento musical que ganhou o mundo com o nome de Clube da Esquina e que, mesmo depois de 35 anos, continua em plena efervescência e fazendo escola.

A música do Clube da Esquina chega a Montes Claros através do projeto Museu Vivo, promovido pelo Museu Clube da Esquina, por iniciativa do músico e escritor Márcio Borges, com o objetivo de divulgar e preservar a memória do movimento a partir de depoimentos gravados com os principais protagonistas do Clube e realização de palestras e shows musicais gratuitos por diversas cidades brasileiras.

Nesta quinta-feira, o projeto reúne os músicos Márcio Borges - (autor do livro Os Sonhos Não Envelhecem, atualmente com edição esgotada) - que conversa com o público sobre a história do Clube da Esquina e apresenta um vídeo elaborado a partir do acervo do Museu; Murilo Antunes, que lê poemas de sua autoria, além de cantar e tocar; e Lô Borges, que apresenta as músicas inéditas de seu mais recente álbum, Bhanda - felicidade, em sânscrito - em show ao vivo.

Em recente entrevista ao jornal O Norte, Lô Borges disse que o Museu é um projeto brilhante do Márcio, uma coisa visionária e importante para a história cultural do país.

- Precisamos preservar o que foi feito. As pessoas ouvem falar do Clube da Esquina, mas às vezes têm uma imagem distorcida do que realmente foi. Esse serviço que o Marcinho está prestando à comunidade, de colocar num site bem elaborado a história do disco Clube da Esquina, o primeiro, passando pelos outros álbuns, por todos os personagens e seus próprios álbuns, isso mantém a memória viva. Por isso se chama Museu Vivo, e é muito bacana. As pessoas estão vivas, trabalhando, produzindo e têm o histórico delas registrado.

Também em entrevista exclusiva ao O Norte, sobre o projeto Museu Clube da Esquina, Márcio Borges disse que os sonhos precisam ser cultivados, escritos, reescritos e guardados a sete chaves, preservados em museus e sarcófagos, para serem eternizados.

- Pela minha experiência até agora - já estamos no terceiro ano de funcionamento - a juventude vem sendo a principal consumidora de nosso projeto. Muitos jovens anseiam por uma espécie de renascimento da criatividade e da ousadia, uma impregnação de valores como amizade, lealdade e companheirismo, aliados a uma atitude de contestação e revolução, todas essas coisas abstratas que a nossa geração, em especial o Clube da Esquina, simboliza para eles.

O projeto Museu Vivo acontece hoje, dentro da programação continuada das comemorações pelos 150 anos de Montes Claros, a partir das 20h, na Praça da Matriz. Além de Márcio Borges e Murilo Antunes, no show Lô Borges é acompanhado pelos músicos Giuliano Fernandes (guitarra), Barral (teclados), Renato Valente (baixo) e Robinson Matos (bateria).  

No show, além das músicas do álbum Bhanda, Lô apresenta canções da época do Clube da Esquina, músicas mais conhecidas da sua carreira, principais parcerias antigas e novas com Milton Nascimento, Beto Guedes, Fernando Brant, Ronaldo Bastos, Toninho Horta, Chico Amaral, Samuel Rosa e Nando Reis. Segundo o cantor, o show tem uma leitura mais forte e arranjos mais vigorosos.

Ainda neste ano estão programados outros encontros do Museu Vivo em diversas cidades de Minas e do Brasil.

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Museu Vivo – Clube da Esquina


Quinta feira, 26 de abril, às 19h


Praça da Matriz

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