Montes Claros por seus artistas

Jornal O Norte
18/01/2007 às 16:05.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:55

Jerúsia Arruda


Repórter


jerusia@onorte.net

O título de cidade da arte e da cultura foi cunhado pelo jornalista Reginauro Silva, então chefe da Assessoria de Comunicação na primeira gestão municipal do prefeito Luis Tadeu Leite, como título de um projeto (Olá Montes Claros!), que criava uma série de atividades envolvendo todas as manifestações culturais, artísticas esportivas e de lazer, como o Carnaval de Rua, com participação de escolas de samba locais, Circo dos Bairros, Festivais de Música, Espetáculos Teatrais, criação da Associação dos Artistas Plásticos de Montes Claros, e a Festa Nacional do Pequi, que até hoje é uma das principais atrações do calendário festivo de Montes Claros.




O bailarino montesclarence Ray Costa (Foto:arquivo)




Desde então o título passou a ser codinome de uma cidade que é famosa em todo mundo pelos seus muitos artistas nas mais diversas vertentes culturais.





Um deles é o bailarino Raymundo Costa, que atua na Cia. 2 Balé da Cidade de São Paulo como bailarino, professor e coreógrafo, ao lado de grandes nomes da dança contemporânea do Brasil.





Ray Costa começou seus estudos de dança no Palácio das Artes, na escola do grupo Corpo, e no Baleteatro Minas, em Belo Horizonte. Também viveu na Alemanha, onde dançou com o Ballet Schindowski, em Gelsenkirchem, participou do American Dance Festival, na Carolina do Norte/EUA, estudou Pedagogia da Dança e Sapateado, em Nova York.





Em entrevista pela Internet, o bailarino diz que essa fase de sua vida foi muito importante na sua formação artística, pois teve a oportunidade de trocar experiência e conhecer artistas de diversas culturas do mundo.





Em suas indas e vindas pelo Brasil, o bailarino esteve no mês de maio de 2006 em sua cidade natal, onde apresentou o solo Cortejo, coreografado por Dudude Hermann, que faz parte de um espetáculo criado para o Balé Cidade de São Paulo. Além do solo, o bailarino ministrou a concorrida oficina de dança contemporânea A Gravidade e o Peso - a grande dobra, com exercícios elaborados a partir de diversas técnicas, ao lado da bailarina Lilia Shaw, também da Cia. 2 do Balé da Cidade de São Paulo.


Ray, que havia estado em Montes Claros pela última vez em agosto de 2000, durante o XXII Festival Folclórico, onde dançou  o solo Bags, junto com Adriana Camargo e o Balé de Câmara de Montes Claros, falou durante a oficina que é muito gratificante compartilhar suas experiências com seus conterrâneos.





- Voltar à terra da gente sempre trás um sentimento bom e eu me realizo muito em poder passar adiante, mesmo que seja na forma de uma oficina, o aprendizado de anos de carreira na dança – disse.

FREUD, O HOMEM





Nesta semana, de 18 e 21 de janeiro, o bailarino participa da temporada da Cia 2 na Galeria Olido, na capital paulista, cujo programa consta de coreografias montadas de 2004 a 2006 pela Cia, todas, segundo o bailarino, com caráter intimista, dando ênfase às inquietações da existência humana no mundo atual.Nos dias 20 e 21, Freud, o homem, espetáculo criado e interpretado por Ray Costa é a atração da temporada. Estreado em março de 1995, como parte do espetáculo FreudAnna - A casa do meu pai,  em parceria com Gilda Murray, do Centro de Encontro da Artes, o espetáculo busca desvendar e trazer à luz da cena, o perfil do homem que, num mergulho profundo, foi cobaia de si mesmo e se auto-analisando, descobriu e encontrou o conhecimento da psique humana.


Segundo Ray, o espetáculo foi concebido com idéia de que cada um deve, na esteira de Édipo, encontrar seu próprio destino.





- É do enigma da alma que o homem procura tornar-se o intérprete – diz.





Com música de Arvo Pärt e figurino de Leonardo Helmer e Ray Costa, Freud, o homem tem duração 10 minutos.





Segundo informações da Cia.2, a temporada será divida em solos e duos de autoria dos próprios intérpretes e de artistas convidados, como no solo Um Outro Corpo, com direção de Mariana Muniz (2004) e interpretado por Cláudia Palma, e Ponto Final da Última Cena (2004), coreografado por Sandro Borelli e interpretado por Mara Mesquita.

DISCIPLINA E SUPERAÇÃO





Com 29 anos de carreira, integrante do elenco da Cia 2 do Balé da Cidade de São Paulo desde 2001 e atuando, também, como professor de dança contemporânea, Ray diz que a dança, além de talento, exige disciplina e muitos anos de estudos.





- É preciso buscar o auto-conhecimento e um corpo bem conectado com a mente, acreditar no sonho e superar os preconceitos – aconselha o bailarino aos iniciantes na arte de dançar.





Sobre a expressão Montes Claros, cidade da arte e da cultura, o bailarino diz que apesar de ainda não ter ouvido, concorda plenamente, pois, em sua infância em Montes Claros, sempre recebeu e sentiu a arte próxima e teve contato com a cultura, tanto popular quanto erudita.





Vivendo e trabalhando hoje em São Paulo, diz se considerar um cidadão do mundo, que viveu e assimilou bastante de outras culturas, mas ainda conserva alguns traços da cultura norte-mineira. 

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