Meio século de história do país revista pelas páginas do livro comemorativo dos 50 anos do mais importante prêmio da imprensa brasileira

Jornal O Norte
30/01/2007 às 10:40.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:56

Recentemente publicado pela Memória Brasil, o livro 50 anos do Prêmio Esso de Jornalismo - Uma História escrita por Vencedores, relaciona os 630 trabalhos ganhadores do mais importante prêmio da imprensa brasileira ao longo de meio século de existência. Entre eles estão os jornalistas Fialho Pacheco, Alberto Sena Batista, Paulo Narciso e Luiz Ribeiro

Jerúsia Arruda


Repórter


jerusia@onorte.net

- Amigo ouvinte, aqui fala o Repórter Esso, testemunha ocular da história.

Essa era a fala de abertura do Repórter Esso, na voz de Heron Domingues, o primeiro noticiário de radiojornalismo brasileiro, patrocinado pela empresa norte-americana Esso Brasileira de Petróleo, apoiado pelo então presidente da República, Getúlio Vargas e sob a orientação do DIP - Departamento de Imprensa e Propaganda. A primeira edição do programa foi em 28 de agosto de 1941 com a notícia de chamada: “(sic) Os japoneses atacam a base americana de Pearl Harbor”. Os locutores que fizeram maior sucesso no noticioso foram Gontijo Teodoro, Luís Jatobá e Heron Domingues.

Três anos após a aparição do primeiro programa de TV, em 1953, o Repórter Esso inaugurou o telejornalismo na TV Tupi do Rio de Janeiro, com 33 minutos de duração e recebeu o nome de O Seu Repórter Esso, transferindo sua audiência do rádio para a TV.

Programa de enorme sucesso, chegou ao fim em 1970 porque acabou não conseguindo acompanhar o ritmo de desenvolvimento dos programas de telejornalismo nacionais.

Eleito Brasileiro do Século na categoria Comunicação, conhecido como Repórter Esso, em tom alarmista, o radialista Heron Domingues foi o primeiro a noticiar vários fatos históricos nos 33 anos de carreira: o suicídio de Getúlio Vargas; a renúncia de Jânio Quadros; a chegada do homem à Lua; o lançamento da bomba atômica sobre Hiroshima. Foi o primeiro apresentador de TV, quando ingressou na TV Tupi, em 1961. Desde 1972, estava na TV Globo, eufórico para anunciar com exclusividade a renúncia do ex-presidente americano Richard Nixon, sem imaginar que seria seu último noticiário. Poucas horas depois, amigos acreditam que Domingues foi vencido pela emoção e por isso morreu dormindo, vítima de um ataque cardíaco no ar, a 10 de agosto de 1974.

PRÊMIO ESSO

O Prêmio Esso de Jornalismo é uma tradicional premiação conferida desde 1955 pela Esso Brasileira de Petróleo, empresa com sede no Brasil há 93 anos – iniciou com o nome de Prêmio Esso de Reportagem, criado por Ney Peixoto do Valle, passando posteriormente a se chamar Prêmio Esso de Jornalismo.



O jornalista Luiz Ribeiro


figura entre os contemplados


com o Prêmio Esso


O programa institucional da petrolífera vem premiando jornalistas, órgãos de imprensa e veículos de comunicação que se destacaram com reportagens, matérias e outros trabalhos de mídia ao longo desses 50 anos. A partir de 2001, foi criado o Prêmio Esso Especial de Telejornalismo, que premia os melhores trabalhos de jornalismo em televisão.

Desde sua criação, o Prêmio Esso de Jornalismo vem servindo de estímulo a profissionais da comunicação e já foi concorrido por aproximadamente 20 mil trabalhos jornalísticos, contemplando 768 jornalistas, equipes de profissionais e veículos, nas mais diversas categorias em que se subdividiu o Programa. Entre os agraciados estão nomes como Zuenir Ventura, Wilson Figueiredo, Luis Edgar de Andrade, José Hamilton Ribeiro, Ubiratan de Lemos, Roberto Freire, Mário de Moraes, Campanella Neto, entre tantos outros, constituindo um painel da história do Brasil no período.

O LIVRO

Para registrar essa história, recentemente a Editora Memória Brasil lançou o livro 50 anos do Prêmio Esso de Jornalismo - Uma História escrita por Vencedores, onde estão relacionados os 630 trabalhos premiados ao longo desse tempo - reportagens isoladas, séries de reportagens, fotos, conjuntos de fotos ou seqüências, trabalhos de criação gráfica, primeira página e produções regionais. O conjunto desses trabalhos compõe um retrato vibrante de meio século de história do País. Entre os premiados estão os jornalistas de Montes Claros, Alberto Sena Batista, Paulo Narciso e Luiz Ribeiro, além do jornalista mineiro José Fialho Pacheco, natural de Manhuaçu, mas que dedicou grande parte de sua vida ao Norte de Minas, e foi, inclusive, prefeito de Juramento. Fialho Pacheco é o jornalista mineiro que mais obteve distinções no concurso – cinco. Em toda a história do Esso, ele ocupa a terceira posição em número de premiações, ao lado dos jornalistas José Hamilton Ribeiro e Chico Otávio.

O jornalista Paulo Narciso foi vencedor do prêmio em 1971 e 1975; Alberto Sena, em 1977 e Luiz Ribeiro, em 2001, todos eles com trabalhos publicados pelo jornal Estado de Minas. As reportagens premiadas de Fialho Pacheco também foram publicadas pelo Estado de Minas, em 1961, 1962, 1967, 1970 e 1974.

O profissional mais premiado pelo Programa até hoje foi o repórter Carlos Wagner, que teve sete prêmios regionais Sul, todos os trabalhos publicados pelo jornal Zero Hora, de Porto Alegre.

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