Música pelo amor

Milton Chaves está à frente do Projeto Cicatrizes, que leva o espetáculo “Você é especial” a escolas e igrejas

Adriana Queiroz
Montes Claros
16/11/2017 às 22:33.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:44
 (Bruna Lima)

(Bruna Lima)

Milton Chaves é o coordenador do projeto Cicatrizes. Dessa concepção, nasceu o musical “Você é especial”, que será apresentado no Centro Cultural Hermes de Paula, em dezembro. 

Natural de Porteirinha, Chaves é graduado pela Unimontes em Educação Física com Especialização em Docência no Ensino Superior pela Soebras em 2006 e Mestrado em Educação pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. “Só nasci mesmo (risos)! Saí do hospital e fui direto para Manga. Morei em Manga até os 10, 11 anos e vim para Montes Claros, onde vivo atualmente”, conta. 

A infância e a adolescência foram marcadas por muitas dores e silêncios. “Sim, também teve muitas alegrias, risadas, gargalhadas. Passei a vida amando histórias, vendo, ouvindo, contando.... Muita criatividade pra pouca cabeça. Tinha sempre muitos Miltons dentro da minha mente. E eu converso com eles até hoje. Mas não conto isso pra todo mundo! Meu interesse pelas artes veio quando eu comecei a me relacionar com o amor. Eu não sei explicar, mas quando percebo a arte (falada, cantada, dançada, escrita, desenhada...), tenho vontade de viver”.
 
Você é o coordenador do projeto Cicatrizes. Como é feito o trabalho? 
Eu diria que eu estou coordenador. Somos uma equipe. O Cicatrizes é resultado de angústias pela constante degradação do amor ao próximo. A escolha do nome Cicatrizes refere-se à concepção/experiência na formação do sujeito resiliente, ou seja, aquele que enfrenta adversidades, se abala, supera as marcas, adversidades, o seu próprio abalo e amadurece. A marca de dor causada torna-se então uma cicatriz, uma história!

Do projeto nasceu o musical “Você é especial”, que vocês têm apresentado em algumas escolas públicas e particulares, entre outros eventos. Como é a reação do público quando vocês tratam de assuntos como racismo e bullying? 
Em muitas escolas públicas e particulares em Montes Claros. Também em centros de recuperação, igrejas e praças. A reação do público é sempre surpreendente. Muitos (crianças e adultos) se identificam com as histórias contadas, cantadas, dançadas. Diretores de escola nos dizem que as crianças que mais se emocionam são as que mais praticam bullying e racismo. Eu diria que o público está sedento por esse tipo de reflexão.
 
Em sua equipe, uns cantam, outros tocam...
Eu diria que é como um caminhão de abóbora, no percurso vai tudo se ajeitando. É sempre um momento de muito aprendizado, cumplicidade, afeto, responsabilidade e muito bom humor. Somos vários e ao mesmo tempo queremos ser um, porque estamos sempre buscando alinhamento. Alinhar significa entender seu lugar na equipe. Não tem a ver com ser pior, ou melhor, mas ser. Por isso uns cantam, outros dançam, outros interpretam e têm aqueles que fazem “nada”. Sim, e isso também é muito importante para nós, cada um no seu tempo e na sua disponibilidade. Estamos hoje com 26 artistas, e nunca apresentamos todos juntos, um cobre o outro. Às vezes é bem difícil, somos humanos e queremos desistir! Contudo nos reorganizamos no tempo, no conhecimento, na disponibilidade e nas cicatrizes de cada um. Juntos temos conseguido caminhar até aqui e já faz mais de dois anos. É motivo de alegria e satisfação para cada “abóbora” (risos).
 
Convite
A renda do evento em 18 de dezembro será revertida para ajudar o Natan, que enfrenta uma doença autoimune. Vamos fazer isso juntos? Você esta convidado!

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