Oficina ministrada pelo artista plástico Fábio de Assis Ribeiro – Biolla, abre a programação do II Festival de Arte Negra, Fecan 2007. O festival reúne artistas, estudantes e representantes da comunidade ligados à cultura negra em uma programação que vai até o próximo dia 20 de maio
Jerúsia Arruda
Repórter
jerusia@onorte.net
Oficinas, debates, palestras, exposições, concursos e shows marcam a programação do II Festival de Cultura e Arte Negra - Fecan, promovido pelo grupo Consciência Negra Tambores dos Montes - Unegro, e pelo Núcleo de combate ao Racismo – Grucom. As atividades começaram nesta sexta-feira, 04, com a oficina de Artes Plásticas Mãos, Formas e Cores, ministrada pelo artista montes-clarense Biolla.
Arlete Pereira e Ana Dália, alunas da oficina; o coordenador
do II Fecan, Hilário Bispo; o artista plástico, Biolla
A oficina acontece no Sesc-Montes Claros e, segundo o oficineiro Biolla, as peças trabalhadas são inspiradas na cultura negra.
- A princípio vamos trabalhar na confecção de máscaras, que podem ser usadas em diversas manifestações culturais e como objeto de decoração. A maioria dos participantes é formada por professores de arte, que vão aproveitar a técnica aprendida na oficina para repassar aos seus alunos – diz Biolla.
A professora de arte da rede pública de ensino, Arlete Pereira diz que a oficina é um momento de aprendizado importante, pois Biolla é um grande nome da arte mineira e aprender com ele é um diferencial na hora de ensinar.
- Além de ser um grande artista, cuja produção enriquece o currículo e a alma de quem tem a oportunidade de aprender com ele, Biolla desenvolve uma técnica à base de materiais naturais que pode facilitar o ensino na rede pública, normalmente carente de recursos. Na oficina aprendemos a fabricar peças à base de sucata, papelão, jornais, telhas, serragem, fibras naturais, madeira e outros materiais acessíveis e de resultado surpreendente. Também a peça que tomamos como tema, a máscara, vai nos ajudar a desenvolver uma série de projetos na escola, como dança, teatro, entre outros – diz Arlete.
Biolla diz que essa mesma oficina vem sendo realizada nos Centros de Referência de Assistência Social – CRAS, em Montes Claros e que os adolescentes estão aprendendo bem as técnicas ensinadas.
- É muito importante esse projeto porque cria uma oportunidade de aprender algo novo, que estimula a imaginação, a criatividade e a capacidade de sonhar – diz Fábio de Assis Ribeiro, cuja arte é mundialmente conhecida.
A professora Ana Dália Pereira, que trabalha como orientadora da escola estadual Eloy Pereira, diz que a oficina é uma terapia e um aprendizado.
- Tenho certeza de que o que estou aprendendo aqui será muito bem recebido pelos alunos da escola onde trabalho. Além disso, para mim é uma terapia e uma forma de desenvolver outras habilidades que nem sabia que seria capaz – comemora a professora.
A oficina acontece durante todo o final de semana e as peças confeccionadas pelos alunos serão expostas no Mercado Municipal na próxima semana. A programação do II Fecan vai até dia de maio.