A 17ª Festa Nacional do Pequi foi a principal atração do fim de semana em Montes Claros. Nesse ano, a festa que aconteceu de 1º a 4 de março, teve os artistas montesclarenses como principal atração, promovendo uma maior valorização da arte produzida na cidade e região
Jerúsia Arruda
Repórter
jerusia@onorte.net
O fim de semana em Montes Claros foi animado pela 17ª Festa Nacional do Pequi, que neste ano teve a mais montes-clarense das edições, pois a programação foi totalmente produzida por artistas da cidade e região.
De 1º a 4ª de março cerca de sete mil pessoas passaram pelo Mercado Municipal para apreciar a boa música e saborear as delícias produzidas à base de pequi, o fruto do cerrado mais apreciado pelos norte-mineiros.
Realizada pelas secretarias municipais de Cultura e Meio Ambiente, a festa fez parte das comemorações continuadas dos 150 anos de Montes Claros, cujo aniversário será no próximo dia 3 de julho.
Idealizada em 1988 pelo jornalista, advogado e diretor de teatro Reginauro Silva e pelo músico, ator, cantor e compositor Charles Boavista, a festa acontece há 17 anos ininterruptos, com objetivo de chamar a atenção da população e seus representantes para a urgente necessidade de preservação do cerrado mineiro, bem como motivar o aproveitamento de suas riquezas de maneira equilibrada.
O pequi, símbolo da festa, é um dos frutos mais importantes da região e serve de base de sustento para milhares de famílias da região e se tornou, também, símbolo da luta dos pequenos produtores pela preservação do pequizeiro e do cerrado como um todo.
- A região é rica em diversidade ambiental e cultural e a Festa do Pequi une esses dois elementos. Começamos com a expedição Caminhos do Geraes, tivemos a exposição de comemoração dos 50 anos da obra Grande Sertões: Veredas, do escritor Guimarães Rosa, o Seminário e finalmente a festa, que nos surpreendeu pela qualidade e resposta da população - avalia secretário municipal de Cultura, João Rodrigues.
A FESTA
A abertura, que aconteceu na quinta-feira, 1º foi marcada pela exibição do documentário Segunda Expedição Caminhos dos Geraes - Na Garupa do Rosa, um filme que mostra o sertão mineiro, sua gente, sua paisagem e seus costumes. Após a exibição de filme, a Associação dos Artistas Plásticos de Montes Claros inaugurou a exposição Cores do Cerrado, na galeria de Artes Godofredo Guedes, do Centro Cultural, com uma série de telas que mostram o cerrado mineiro em diversos momentos.
A programação de abertura contou ainda com show da dupla Carlos Maia e Charles Boavista que apresentou um repertório regional e clássicos da música mineira.
Na noite de sexta-feira, no Mercado Municipal, 15 concorrentes se apresentaram à comissão julgadora na primeira eliminatória do Festival de Música. As músicas concorrentes foram Paredes (Marcílio Henrique Alves Maia - Montes Claros/MG); Pelo Vento (Carol Cardoso - Montes Claros/MG); A Rosa e a Lua (Jesão do Vale - Salinas/MG); Canção para uma Princesa (George Gomes Oliveira - Montes Claros/MG); Menino de Beira de Linha (Warley Ferreira Lopes - Montes Claros/MG); O Que Penso (Marcelo Fernandes de Paula - Montes Claros/MG); Chegadas e Partidas (Ivania Catarina - São Paulo/SP); Minha Primeira Carta (Cícero Alves Pereira - Janaúba/MG); Festa Amarela (Rogério Botelho dos Santos - Montes Claros/MG); A Blusa da Menina (Elcio Lucas de Oliveira - Montes Claros/MG); Desencanto (Maria da Conceição Oliveira - Sete Lagoas/MG); No Morro Alto (Jukita Queiroz - Montes Claros/MG); Marco Mineiro (Marcílio Diniz Soares - Bocaiúva/MG); Liberte (Antônio Luiz de Brito - Montes Claros/MG); e Novo Dia (Helder Cunha - Montes Claros/MG).
A programação da noite de sexta-feira terminou ao som do cantor e compositor André Águia.
Coordenado pela Asanorte, sob a batuta de seu presidente Josecé Santos, o encontro de violeiros deu início à programação de sábado. A partir das 8h da manhã, no hall de entrada do Mercado Municipal, os músicos Gleison e Railson; Nei e Lucas; Tião Canhoto e Pedro Moreno; Zé Paiva e Paulinho; Moisés e Leovan; Roni e Rael; Ribeiro e Ribeirinho; Izidinho da Sanfona; Marcus Paracatu; Herberth Lincoln; Laurinho Carnielly; Fabiana Lima e Bruno Andrade atraíram a atenção dos feirantes e visitantes que lotaram o mercado.
A segunda eliminatória do Festival de Música aconteceu às 20h, com apresentação de mais 15 concorrentes: O Mensageiro Andaluz (Zanoni Campos Magalhães - Montes Claros/MG); Xote das Águas (Carlos André Rodrigues Costa - Januária/MG); Vida Bela (Jukita Queiroz - Montes Claros/MG); Senddha (Jefferson José Neto Júnior - Itabirito/MG); A Peleja da Viola Afiada com o Mal Assombrado (Diorgem Ferreira Ramos Júnior – Governador Valadares/MG); Arraial das Formigas (José Carlos Soyer - Montes Claros/MG); Pobre Coração (Diana Horta Popoff - Rio de Janeiro/RJ); Teus Olhos (Beto Durães - Salinas/MG); Zumbido (Leonam Rocha de Almeida - Belo Horizonte/MG); Aperriado (Argentino Barbosa Ferreira - Janaúba/MG); Princesa do Norte (Coriolano Gonzaga Neto - Montes Claros/MG); Pensamento (Charles Leonardo de Souza - Montes Claros/MG); Rockatopear (César Henrique Eduardo Souza - Montes Claros/MG); Roda Gigante (Renata Figueiredo de Souza - Montes Claros/MG); e Galanga Rei (Carlos Gomes - São Paulo/MG).
Após a eliminatória do festival, milhares de visitantes dançaram o tradicional forró sob o comando Zé Lu e Banda Asa Branca.
CONCURSO ARROZ COM PEQUI
O tradicional concurso Arroz com Pequi recebeu oito inscrições, cujos pratos foram avaliados pela criatividade, sabor e visual. A grande vencedora do concurso foi Maria Nilza Nogueira de Sá, com o prato Arroz com Pequi Escondido, que recebeu o prêmio de R$350. O Arroz com Pequi e Creme de Cebola, de Rosângela de Jesus Silva, ficou em segundo lugar, recebendo R$250, e Charuto com Pequi, de Edgar Antunes Pereira ficou em terceiro lugar, recebendo um prêmio de R$150.
Um dos pratos vencedores do concurso Arroz com Pequi
(foto: Fábio Marçal)
A comissão julgadora do concurso foi composta pela presidente da Apas, Vera Lúcia Pereira Nunes; a secretária municipal de Governança Solidária, Márcia Saraiva; a secretária municipal de Educação, Dagmá Brandão Silva, o artista plástico Walmir Alexandre e as jornalistas Felicidade Tupinambá e Jerúsia Arruda.
VENCEDORES DO FESTIVAL
A comissão julgadora formada pelo o antropólogo e ex-integrante do grupo Raízes, João Batista de Almeida Costa, a radialista e intérprete Keilah Jobim, a diretora de teatro e arteeducadora Solange Sarmento, o músico e produtor Márcio Durães, e o violonista e professor de música Sebastião Andrade selecionou cinco músicas em cada uma das duas eliminatórias do Festival, que concorreram à grade final na noite de domingo.
Os vencedores foram Jukita Queiroz, de Montes Claros, em primeiro lugar com a música Vida Bela, - prêmio de R$ 3.000 - pela melhor arranjo - prêmio de R$750; a paulista Ivânia Catarina recebeu R$750 como melhor intérprete do Festival, e Carlos Soyer, também de Montes Claros, ficou em segundo lugar, recebendo R$2mil pela música Arraial das Formigas, e também levou o prêmio de R$1.000 pelo melhor tema ligado aos 150 anos de Montes Claros.
A festa terminou com show da dupla Charles Boavista e Carlos Maia e do cantor e Pedro Boi e banda.