Do chorinho à folia de reis

Luciano Cândido, flautista e saxofonista, fala sobre a carreira, os projetos e a participação no CD “O Choro do Cerrado”, em parceria com Téo Azevedo

Adriana Queiroz
Montes Claros
04/05/2018 às 06:23.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:39
 (FOTOS ARQUIVO PESSOAL)

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No final da década de 1980, Luciano Cândido mudou-se para Montes Claros, onde iniciou seus estudos no Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandez (Celf). Estudou flauta transversal e saxofone com o professor Marcelo Andrade.

Em seguida, ingressou no curso de educação artística/habilitação em música pela Unimontes.

Depois concluiu o mestrado em música, flauta transversal, performance musical na Universidade Federal da Bahia, onde pesquisou a vida e obra de Altamiro Carrilho.

Recentemente concluiu o doutorado em ciência da religião, com foco nas inter-relações entre música e religião nas folias de reis em Montes Claros.

Também gravou “O Choro do Cerrado”, um CD com chorinhos de autoria do músico Téo Azevedo, em parceria com a Unimontes e o Celf Confira a entrevista:
 
Quando começou a música na sua vida?
Iniciei como autodidata na convivência com músicos da cidade de Salinas, onde fui criado. Apaixonei-me cedo pela música. Não tive influências na família, mas contei com o apoio de todos eles na minha formação. Meu primeiro instrumento foi uma flauta doce, depois estudei gaita de boca e, por fim, especializei-me na flauta transversal e no saxofone. Na década de 80, quando criança já tocava gaita, flauta doce e violão e participava dos festivais regionais da época. A principal influência foram as várias edições do Festivale.

Recorda com admiração alguns personagens que passaram pelo início da sua carreira?
Antonieta Silvério, Nestor Santana, Marcelo Andrade, Tião Andrade, Herbert Lincoln, Altamiro Carrilho, entre outros.

O Celf foi certamente uma boa escola que muito o ajudou nas suas conquistas.

O conservatório foi fundamental na minha formação. Ressalto a participação no Instrumental Marina Silva, regido por Antonieta Silvério, como a principal experiência de aprendizado de música em minha vida. A preparação que tive lá me permitiu ter acesso a todos os outros níveis de formação que se seguiram. Também fui professor e tenho muito orgulho de fazer parte da família Celf.
 
Você se apresentou no Japão, não é?
Sim, em 2011 com a equipe do projeto Mãos as Artes, coordenada por Marcelo de Paula. Foi uma experiência muito importante na minha carreira profissional. Desenvolvemos oficinas em escolas com crianças japonesas e brasileiras. E lá fizemos um show musical.
 
Fale um pouco de seus projetos e CDs.
Quanto aos CDs tenho inúmeras participações em trabalhos de músicos e grupos regionais, como Bilora, Instrumental Marina Silva, Palhaço Frajola, Tom Andrade, Billie Alves. Já os principais trabalhos de minha carreira musical foram com o grupo Instrumental Trem Brasil, com o qual gravamos dois CDs: “Mestre João”, que foi o primeiro, e “No Sertão das Gerais”. Estes dois trabalhos foram lançados em todo o Brasil.
 
Foi professor em que instituições? 
Como docente me dedico ao ensino da flauta e do saxofone. Na pesquisa desenvolvo trabalhos nas linhas da educação musical, música e religião e musicoterapia. Já lecionei em várias instituições particulares, no momento me dedico exclusivamente à Unimontes.
 
Quais os projetos que mais o marcaram?
Foi o trabalho da Roda de Choro da Unimontes. Neste projeto, durante 13 anos, desenvolvemos inúmeras apresentações, oficinas por todo o estado, em que foi possível desenvolver uma série de atividades relacionadas à valorização e divulgação do chorinho na região.
 
E o mais novo trabalho “O Choro do Cerrado”?
É uma parceria com o músico Téo Azevedo, a Unimontes e o Celf. Gravamos 14 composições, entre elas 12 chorinhos do Téo Azevedo. Foi bastante inusitada a ideia do Téo de compor chorinhos. Na verdade, ele está se destacando no cenário nacional como compositor de chorinhos. Já produziu vários CDs com músicos consagrados. E dessa vez, nós fomos contemplados com essa oportunidade e fizemos a produção conjunta. Foi um trabalho de resultado muito interessante e que está circulando pelo Brasil afora. 

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