De 15 a 19 de agosto acontecem as “Festas de Agosto de Montes Claros”, considerada a maior e mais importante manifestação cultural popular e tradicional do município, com 179 anos de existência.

Paralelamente, é realizado o Festival Folclórico, com várias atividades: exposição de estandartes, oficina de balaios, tambores, cantigas de capoeira, encontro de tambores, dentre outras atrações.

Quem se apresenta no dia 18 na praça Doutor Chaves é a cantora montes-clarense Bianca Luar. No show, canções do CD “Mira”, lançado no ano passado.

Dentre as canções escolhidas, uma em especial, composta em homenagem a Montes Claros – “Pedaço de Sertão” –, que encerra o disco, parceria de Tattá Spalla e Sá (da dupla Sá e Guarabira) e que teve a participação de Beto Guedes.

Bianca estudou e atuou durante a infância no teatro com Dulce Veloso. Fez ballet com os professores Jessé e Ymma Martins e estudou violão popular pelo Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandez (Celf).

“Tive uma sorte danada! Pude crescer em um solo muito fértil, regado a música, viola no quintal, tios e avôs seresteiros, teatro, dança e artes plásticas”, lembra.

Bianca também fez biologia pela Unimontes, tentando unir as duas paixões: música e natureza. E pela UFMG selou sua trajetória “até então intuitiva por meio da especialização em educação musical”.

Bianca é filha de Miriam Maciel, pedagoga, advogada contadora de causos, escritora e artista plástica. “Meu pai faleceu recentemente no Pará. Ele deixou Montes Claros quando eu tinha 5 anos. Tenho cinco irmãos no Pará. Um presentão!”, diz.
 
Qual a importância de Montes Claros na sua formação musical?
Da maior importância. Das mais sagradas, tocantes e afetivas. O Centro Cultural era meu quintal de casa. Passei a minha infância inventando formas de ludibriar o sr. Mariano para que me deixasse descer para o teatro (risos). Muitas vezes, só para sentir o cheiro (risos). Figura ilustre no meu coração e responsável pela segurança do teatro. Os amigos de Mirinha, minha mãe, artistas da terra e hoje meus amigos, como os saudosos Jorge Santos e Cory, o Pedro Boi, Charles Boa vista e muitos outros eram pra mim a própria diversão se viessem com violão em punho (risos). E os catopés que representam para mim meu lado lúdico e cheio de cor e fé.
 
O que preparou para as Festas de Agosto?
Neste show farei algumas canções de meu CD “Mira”, lançado ano passado. Dentre as canções escolhidas, uma em especial, composta em homenagem a Montes Claros: “Pedaço de Sertão”. Faremos também algumas homenagens a Godofredo Guedes, Grupo Raízes e Clube da Esquina. Será um show afetivo, de sonoridade robusta, popfolk, com excelentes músicos e de bom gosto. Espero agradar, estou muitíssimo emocionada. Cantar num espaço como a praça da Matriz, onde cresci, ralei joelho, roubei pipoca de dona Rosa e aprendi a namorar num banquinho com vista para o coreto (risos).
 
Você também compõe, toca algum instrumento?
Sim. Tenho algumas canções que estarão no segundo disco. Hoje me sinto uma compositora! Tanto no adulto quanto infantil. Me formei em violão, mas sou uma preguiçosa e exigente (risos). Ministro oficinas de pandeiro e tenho amado brincar com meu ukulelê e o teclado. 
 
Você esteve um período na Holanda. O que essa vivência lhe acrescentou profissionalmente?
Foi uma época riquíssima. Saí de Montes Claros aos 23 anos e acordei numa manhã nublada em Amsterdã, foi estimulante! Toquei com uma banda de holandeses apaixonados por música brasileira, fiz amigos e me senti amplificada (risos) em todos os sentidos!
 
Quais são seus projetos?
Tenho uma banda infantil que idealizei chamada “Circo Marimbondo Show”. É um oásis. Clube da esquina, folclore autorais e muita diversão. Trabalho com formação de professores em música e me atrevo muito por aí, inventando coisas e nunca parando de sonhar. Pretendo fazer o mestrado em educação musical em Lisboa, talvez mais um filho e quem sabe um novo amor? Brincadeira (risos).

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