A poesia e a arte de Giselda Gil

Trabalhos da professora e escritora podem ser vistos na Biblioteca Pública Municipal até o próximo dia 15

Adriana Queiroz
Montes Claros
07/05/2018 às 19:47.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:43
 (ARQUIVO PESSOAL)

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Giselda Gil, 28 anos, nasceu e cresceu na periferia de São Paulo. Aos 16 anos voltou para a cidade natal de sua mãe, Minas Novas, no Vale do Jequitinhonha, onde morou até completar o ensino médio e retornar a São Paulo.

Atualmente reside em Montes Claros, onde trabalha numa escola orientada pela pedagogia Waldorf. Para conhecer as obras da poeta, mãe da Dandara, professora, é só visitar a Biblioteca Pública Municipal, no Centro Cultural Hermes de Paula, até o dia 15 de maio.

“Acredito fortemente na potência que a reflexão profunda nos aprendizados que a vida ativa nos traz, além das finalidades acadêmicas tecnocratas”, diz Giselda. Ela cursou psicologia durante 2 anos na Universidade de Santo Amaro quando, paralelamente, frequentava o curso de filosofia à maneira clássica na Escola Nova Acrópole, em São Paulo. Formou-se em pedagogia em 2016, enquanto morava em Minas Novas. Confira o bate-papo:
 
Como foi seu primeiro contato com a poesia e o sentimento de amor por ela?
Foi ainda bem criança, quando me pegava a refletir letras de músicas diversas e me encantar pelas rimas e toda mágica presente na composição das palavras musicadas. Logo ao ser alfabetizada, com 5 anos de idade, pela minha irmã mais velha, já compunha meus próprios versos por pura brincadeira e prazer. Acredito que sempre carreguei em mim essa noção de que se o poeta pôde, eu também poderia escrever algo belo que vem do coração, capaz de transmitir sentimentos e emocionar quem os sentisse aos lerem.
 
Fale sobre sua exposição na Biblioteca Municipal.
Reuni 13 registros diversos do que julgo demonstrar a minha forma de viver e difundir as mensagens captadas das experiências terrestres que me inquietam e me dão a esperança de um mundo mais sensível e acolhedor. A exposição conta tanto com poesias reflexivas e autobiográficas sobre trabalho, educação e maternidade, como uma obra vencedora de um importante concurso literário, entre outras lançadas em livros escritos com minha contribuição.
 
Quais são os autores que lhe perturbam?
É na música que encontro maior parte das minhas referências. Os primeiros poetas que me causaram espanto e reconhecimento foram Mano Brown e Edi Rock, dos Racionais Mc’s, com suas letras viscerais que retratam a realidade social periférica em forma de rap. Vinicius de Moraes, Chico, Caetano, Gil e muitos outros representam o mesmo estado de encantamento criativo. E os assim chamados poetas que ainda mexem com minhas estruturas psicológicas e emocionais são os clássicos Paulo Leminski, Manoel de Barros, Ana Cristina Cesar, Clarice Lispector, Fernando Pessoa, Neruda, Maiakóvski.
 
Quais são seus projetos?
Essencialmente pretendo fazer poesia prática até o meu último respirar tanto na área da educação e da militância pela quebra de paradigmas opressores como nas minhas batalhas internas. Não quero parar de estudar e me aperfeiçoar intelectualmente, pois encontro maior empoderamento e emancipação vital por meio destas vias. Quero crescer nos trabalhos sensíveis com crianças, jovens e mulheres, nas pedagogias alternativas ou nas infinitas possibilidades que a arte de se fazer poesia contribui para as mudanças coloridas que desejo no mundo.
 
Onde busca inspiração?
Tudo que escrevo, antes vivo. Leio a vida e suas relações a todo instante e os registros no papel ou na tela do computador são impressões das minhas assimilações interiores mais puras, de como digiro o que o mundo de fora me causa.
 
O que ainda é um desafio com a poesia?
A maternidade é sem sombra de dúvidas meu estado de poesia mais inspirador. E o meu maior desafio com a poesia, no momento, é ter tempo e espaço para registrar tudo que me inspira. 

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